Transmutation News Outubro de 2015

Ao longo dos anos tenho escrito sobre como enfrentar as ondas de extrema mudança a que temos vindo a assistir no planeta. Tenho falado dos desafios que enfrentamos a vários níveis. E também tenho escrito sobre os ensinamentos espirituais antigos que têm sido utilizados, desde o início dos tempos, para entrarmos no mundo do espírito e fazermos o trabalho de cura, transformação e mudança do sonho em que vivemos.

Ao assistirmos ao crescimento da violência, desastres ambientais, mudanças climáticas, desafios económicos, assim como a desafios pessoais de saúde, consigo imaginar a montanha russa em que muitos de vocês se veem agora.

Tenho a certeza que muitos têm dias em que sentem que as coisas foram demasiado longe no planeta e na vossa própria vida e há um sentimento de desespero que vos bloqueia de fazerem o vosso trabalho espiritual. Depois, há dias em que acordam e afirmam convictamente ao universo que não vão desistir. Nesses dias, sentem um fogo interior que vos impele a continuar com as práticas que criam uma estrutura invisível, a qual vai criar a mudança no reino visível.

Faz tudo parte da montanha russa da vida. Eu sei que, na minha vida, estou a enfrentar algumas transições violentas. Há dias em que apenas quero desistir. Desistir não é uma opção para nenhum de nós. Mas é importante desistir do que o nosso ego pensa que devia estar a acontecer. Devemo-nos render ao espírito e também à Natureza. O nosso próprio espírito interno leva-nos através de todos os tempos de transição, onde sentimos que não há esperança e não vemos a mudança exterior a acontecer com as práticas espirituais nas quais estamos envolvidos. Somos parte da Natureza e a Natureza tem o seu próprio fluir e inteligência no processo de morte e renascimento.

Vejo que, na minha própria vida, é importante reconhecer como me sinto a um nível humano, estando a enfrentar os meus próprios desafios pessoais ou vendo a destruição que acontece à minha volta e que me parte o coração. Ao mesmo tempo, levanto-me todos os dias e fico presente, rendo-me à inteligência da Natureza e à minha luz divina interior.

E eu também sei que estou a ser chamada ao Mundo de Baixo para um novo nível de iniciação xamânica. Estou a ser chamada para a casa da ‘Dark Mother’. É tempo de fazer o meu trabalho interior e, ao mesmo tempo, render-me, confiar e ser paciente enquanto acontece um processo alquímico de transformar chumbo em ouro.

Por que razão não estamos a ver as mudanças a acontecerem se fazemos tanto trabalho espiritual, a nível pessoal e como parte do coletivo? Há imensas coisas boas a acontecerem. Nas nossas comunidades, ouvimos diariamente histórias de algumas mudanças milagrosas ou curas que acontecem a nível individual, familiar ou de grupo. Continuo a recolher histórias de curas milagrosas que vêm de pessoas que continuam a prática da transfiguração. Mas a mudança pode não estar a acontecer para vocês ou em larga escala onde se sentem inspirados a manter o vosso trabalho.

Muitos começam a questionar-se porque é que os milagres não nos acontecem a nível pessoal ou na terra, cidade ou país onde vivemos. Não há resposta para isto. No mundo do espírito há apenas unidade e luz e podemos descansar no divino. No mundo da forma há sombra e luz. E a sombra exige que mergulhemos nas profundezas do Mundo de Baixo, nas iniciações que envolvem dor, medo e perda para deixarmos ir partes nossas que impedem que o espírito brilhe através de nós. Como descrevi em Walking in Light: The Everyday Empowerment of Shamanic Life, o processo acarreta desintegração, iluminação, relembrar, reconstrução, reemergência.

A viagem do ser iniciado, chamado aos reinos da sombra do Mundo de Baixo, é o centro dos notáveis e transformadores mitos, lendas e histórias que nos têm sido contados através dos tempos, onde cada um anda pelo caminho da desintegração e desmembramento, reemergindo para a luz da vida.

Falta-nos realmente um modelo, na nossa cultura, em que o rito de passagem do iniciado seja entendido e ele seja bem acolhido depois da viagem do herói ou heroína. E é um modelo de que precisamos, imediatamente, para ajudar as pessoas a integrarem todas as mudanças que ocorrem durante profundos tempos de crise e doença.

Devem estar a perguntar: se isto é tudo um sonho, então porque é que o sonho não está a mudar à medida que fazemos o nosso trabalho de tecer uma nova realidade, do visível para o invisível? Acredito que o processo de morte ainda não está completo para permitir que o renascimento aconteça. Mas eu sei, em todas as minhas células e no meu coração, que estamos a construir uma base sólida e uma fábrica da realidade que irá trazer beleza e saúde às nossas vidas e ao planeta.

Exige-se agora uma enorme quantidade de entrega, fé e persistência.

Se vocês são algumas das pessoas que se encontram a perder a esperança, reconheçam o que estão a sentir a um nível da personalidade/ego. Deixem-se fazer o luto do que perderam. Mas continuem a acordar diariamente e a agradecer pela vossa vida, aos elementos terra, ar, água, fogo (como o sol) que apoiam a vida, a todos os bonitos seres da natureza com quem partilhamos esta terra e aos espíritos auxiliares que trabalham nos níveis invisíveis.

Já partilhei tantas práticas nas colunas da Notícias de Transmutação e nos meus livros. As práticas que partilho são simples. Mesmo que possam escolher uma prática simples para fazer a cada dia, isso irá ajudar-vos a transformar as vossas palavras, pensamentos e sonhos diários de um sentimento de defesa para um de inspiração. Isso já é muito. Apenas uma prática cada dia irá ajudar-vos a erguerem-se e a juntarem-se a muitos milhares de pessoas que continuam a persistir para mudar o sonho.

E se estão a ser pessoalmente atingidos pelas fases da vida que trazem dor e sofrimento, como meio de crescimento e transformação, tirem algum tempo para estar convosco e explorar o vosso espaço interior. Não tentem nem forcem nenhuma mudança. Irão sentir-se com mais poder por viajarem, simplesmente, dentro e estarem com a vossa natureza verdadeira, que é luz divina e perfeição. Vocês são mais do que os acontecimentos exteriores que vos atingem. Vocês são seres de luz divina que também estão numa aventura humana e a experienciarem situações que conduzem ao crescimento.

Em Agosto, estive presente na cimeira de Ativismo Subtil, patrocinada pela Shift Network. Quero partilhar convosco o que disse na abertura, esperando que vos possa trazer alguma inspiração para as vossas vidas e trabalho.

Há cerca de 20 anos houve uma previsão de um grande terramoto a sul da Califórnia. Na altura, eu vivia em Santa Fé. Ouvi que havia pessoas a não conseguirem um voo para saírem de Los Angeles, devido à multidão que tentava fugir da área.

Na mesma altura, no jornal local de Santa Fé, apareceu um pequeno artigo sobre um grupo de monges tibetanos que voaram para Los Angeles e escolheram um local para se sentarem e rezarem. Quando questionados sobre o que os levava a Los Angeles quando tantas outras pessoas saíam, eles responderam que, em tempos de desafios, não se abandona uma área problemática. Juntaram-se lá em comunidade para rezar e trazer força à terra para tentar mudar o resultado.

Esta história sempre teve um grande impacto em mim. Temos tantos desafios a acontecerem agora. E é importante juntarmos a nossa energia para criar a mudança e a transformação. E, ao mesmo tempo, devemos fazer o nosso trabalho de ego para nos rendermos ao que acontece. No entanto, devemos continuar a agir para evitar que questões como esta se voltem a repetir futuramente.

É assim que, em conjunto, misturamos e integramos o espiritual, emocional/mental e físico.

As pessoas sempre viveram em comunidades. E isso criou o sentido de responsabilidade dos membros da comunidade para agir, para se comportarem e viverem uma forma de vida que apoiasse a saúde da comunidade, a Terra e o local onde viviam.

Devido à forma como a sociedade tem evoluído, as pessoas estão muito isoladas e anseiam pela comunidade. Podem vê-lo pela forma como muitos procuram workshops e conferências que lhes deem um sentido de pertencer a uma comunidade – algo maior do que o mundo isolado em que vivem.

E, ao mesmo tempo, quando nos juntamos, temos de ir profundamente dentro de nós para honrar a comunidade no geral e agir de maneira apropriada para apoiar a força e saúde da comunidade.

A acrescentar a isto, já sabemos, por milhares de anos de prática xamânica, que quando uma comunidade de pessoas junta os seus pensamentos, sonhos acordados e preces espirituais, há uma exponencial mudança para a cura.

A lua cheia é a 27 de Outubro. Vamos juntar as nossas energias espirituais e encher-nos de sentimentos de amor incondicional pela Terra e por todas as formas de vida. Sintam e experienciem a vossa própria luz espiritual a encher-vos e deixem-na irradiar ao mesmo tempo que se junta com a luz divina da nossa comunidade, dentro e através da Terra.

Se é um novo leitor de Notícias de Transmutação, por favor visite Creating A Human Web of Light na página principal para ver instruções para as nossas cerimónias da lua cheia.

Vamo-nos deixar ir nas ondas de mudança, sabendo que temos muita força espiritual para nos levar, assim como o apoio e o amor dos espíritos compassivos nos reinos invisíveis.

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