Transmutation News Junho de 2016

O nosso destino depende do trabalho interior que fizermos. E ninguém pode fazê-lo por nós.

Nas minhas viagens xamânicas para este mês, foi-me mostrado que a próxima mudança de estações vai ser muito poderosa. A 20 de junho, os que vivem no Hemisfério Norte entram no verão e os que vivem no Hemisfério Sul entram no inverno. O verão é uma época de dar vida a tudo o que tem vindo a germinar no nosso interior. E o inverno é uma época de acalmar e permitir à nossa paisagem interior que se regenere. É um período de descanso antes de recomeçarmos a germinar uma nova vida.

É sempre importante relembrar que, como somos natureza, a nossa participação nas mudanças dos ciclos da vida é um elemento chave. Muitos de nós, que vivemos num ritmo muito acelerado, não nos damos tempo de aprofundar a nossa conexão com a natureza e perdemos as oportunidades de nos envolvermos completamente nestas poderosas mudanças e nos ciclos que passam por nós. Estamos, simplesmente, a ser levados de forma passiva num processo em que nem sequer entendemos tudo o que se está a passar. Mas, quando nos envolvemos completamente e participamos nas mudanças, temos a oportunidade de fazer escolhas para fluirmos com as mudanças de forma graciosa.

Todos estão conscientes dos vários mitos que existem, em diferentes culturas, sobre deuses e deusas sentados no Mundo Superior a olhar para a Terra. E, a partir desse ponto de vista, observavam os humanos a tentarem navegar pela vida. Haveria uma série de conversas que poderiam manter enquanto olhavam para nós. Algumas podiam ser cheias de compaixão pelas atribulações e pelo sofrimento decorrentes de vivermos a vida. E algumas poderiam ser bastante insultuosas porque os deuses e as deusas iriam criticar os humanos pelas escolhas que fazem e pela ignorância que chegam a demonstrar para com os mistérios e a magia da vida.

No solstício de 20 de junho, convido-vos a juntarem-se ao nosso círculo e a fazerem uma meditação ou viagem xamânica na qual irão viajar ao Mundo de Cima. Irão juntar-se como um círculo que tem o mesmo ponto de visão dos deuses e deusas das tradições passadas e presentes.

Uma vez chegados ao Mundo de Cima, haverá um grande anfiteatro onde se poderão sentar. Ou podem preferir ficar de pé. No meio do anfiteatro, haverá uma enorme piscina com água. E, como os antigos, podemos ver na água. Ao olharmos para esta piscina, podemos ver as nossas vidas de uma perspectiva diferente.

Sugiro que não tentem observar toda a vida na Terra. Pode ser demasiado assimilar tudo o que está a acontecer neste período de tempo. Mas olhem de cima para a vossa própria vida. Ao fazerem-no, observem o vosso nível de participação na vida e as mudanças de ciclos pelas quais a Terra está a passar. Estão a ignorar as mudanças, caminhando passivamente e deixando que o rio da vida vos leve? Ou estão a diminuir o vosso nível de actividade e a escolher não serem apanhados no stresse que os humanos estão agora a viver por causa de todas as exigências que lhes são feitas? Estão a escolher apanhar uma onda diferente, abrandar o ritmo e viver a vida de uma forma mais consciente? Estão a fazer escolhas que vos conduzem a viver numa vibração e frequência diferente da consciência de massas? Estão a participar completamente na vida?

Estas são questões importantes às quais devem responder. A vida está a acelerar, as situações no mundo estão cada vez mais intensas e todos podemos, facilmente, ser varridos pelo rio da vida, em vez de surfarmos as ondas e correntes com graciosidade e consciência.

Depois de terminarem a vossa viagem xamânica ou meditação, vamo-nos encontrar na clareira, no altar que criámos em Dezembro de 2015. Criámos um altar onde temos deixado presentes, oferendas e orações para nós, para os outros e para toda a vida na Terra. Vamo-nos encontrar aqui, depois de sermos limpos pelos espíritos guardiões que cuidam do nosso chão sagrado neste local. Juntemo-nos à volta do altar. Tragam um presente em forma de palavra, pensamento ou um sonho que possam partilhar com o nosso grupo. Sintam a terra suave debaixo dos pés, cheirem as fragrâncias doces das árvores circundantes, ouçam o som da natureza porque tudo o que está vivo canta. Vocês podem querer cantar uma canção de bênção e celebração para acolhermos o solstício – um novo tempo, um novo ciclo, uma mudança na nossa própria paisagem interior. Sintam a energia positiva que está a ser partilhada e que é visível nas faces brilhantes do nosso círculo. Falem as vossas palavras, pensamentos ou sonhos para cada um de nós, para toda a vida e para a Terra. Vamos abençoar o nosso círculo e a Terra durante este poderoso tempo de mudança. Vamos felicitar o poder desta mudança, com entusiasmo por tudo o que traz para as nossas vidas. Ao fazê-lo, aprofundamos a relação com a parte da Natureza em nós e com a própria Natureza.

Lembrem-se que a Natureza é inteligente e sabe sempre como atender às mudanças com participação total. Também nós somos inteligentes e sabemos como nos devemos envolver totalmente nas transições que agora enfrentamos e naquelas que ainda virão.

Vamos desejar, uns aos outros e a toda a vida, um solstício poderoso e alegre.

Se há novos leitores da Notícias de Transmutação, podem ler aqui a coluna de Dezembro de 2015: https://www.sandraingerman.com/tnportuguesedec2015.html

Vamos, também, comprometer-nos a continuar as visitas ao nosso altar e a deixar lembranças e orações para criar um colectivo mais forte. Podem trazer uma lembrança que fale ao vosso coração. Podem visitar o altar para conforto ou como um local para rezar, meditar ou viajar para vocês próprios, para os outros, para toda a vida e para a Terra.

Vinte de junho não é apenas quando acolhemos o solstício. É, também, um tempo em que saudamos a Lua Cheia e continuamos o nosso trabalho de tecer na existência uma radiante teia de luz. Esta luz entra profundamente na Terra e brilha no interior e através da Terra.

Comecem por fazer o vosso trabalho de preparação. Para nos transfigurarmos num ser de luz divina, que tem verdadeiramente o poder de transformar, temos de incorporar a verdadeira vibração da luz divina. Têm feito isto? Se não, este será o próximo passo do vosso trabalho.

Libertem-se do vosso dia, ponham de lado os vossos pensamentos e deitem para trás das costas os fardos da vida. Tenham tempo para meditar, cantar, dançar e andar. Tentem praticar tai chi, yoga ou chi gong. Façam algo que vos eleve da densa consciência do colectivo.

Viajem no vosso interior e experienciem a vossa luz divina. Esta luz é mais luminosa do que qualquer luz que tenham experimentado neste plano terreno. Deixem esta luz fluir através de vocês, à medida que viaja através do sistema de raízes da Terra. E deixem-na fluir dentro e através da Terra enquanto tecemos uma teia de vida, de textura brilhante e etérea, que ilumina e eleva todas as formas de vida numa vibração onde o amor incondicional é manifestado no mundo.

Se há novos leitores da Notícias de Transmutação, por favor visitem “Creating A Human Web of Light”, na página principal do meu website.

Por favor, tomem nota: devido ao meu contrato com a Shift Network, terei de enviar um ou dois emails sobre os meus próximos cursos por teleconferência. Se não quiserem ler estes emails, por favor apaguem-nos em vez de cancelarem a subscrição da minha mailing list. Obrigada!

Desejo a todos um solstício profundo, rico e alegre!

Reconhecimento especial e recordando Bob Edgar

Eu sei que todos os que têm lido a Notícias de Transmutação ao longo dos anos sabem que a minha coluna foi inspirada por Bob Edgar. E, para aqueles que são novos leitores, gostaria de partilhar a história desta coluna.

Em 1997, depois da publicação do meu romance visionário A Fall to Grace, o meu amigo Bob Edgar encorajou-me a começar uma coluna mensal. Generosamente, voluntariou-se para me ajudar a colocar a coluna no site www.shamanicvisions.com todos os meses. Este site foi desenhado por Carol Proudfoot Edgar (minha querida amiga, brilhante professora de xamanismo e mulher do Bob). Eu não tinha email naquela altura. Então, tinha de escrever à máquina a coluna e enviá-la por fax ao Bob. Em 2000, depois de ter sido publicado o meu livro Medicina para a Terra, o Bob ajudou-me a mudar a coluna para a Notícias de Transmutação. E a Sylvia Edwards ajudou-me a criar www.sandraingerman.com, passando a coluna para este novo website.

Se não fosse o Bob Edgar, esta coluna nunca se teria tornado realidade. Tenho-a escrito desde 2000 e tem sido traduzida (por tradutores voluntários) para várias línguas, por isso agora temos a comunidade global a ler a Notícias de Transmutação e a trabalhar em conjunto.

A 1 de Fevereiro, Bob Edgar morreu e deixou um imenso legado. Era um conhecido cientista que chegou a ser nomeado para Prémio Nobel da Paz. Foi um marido amoroso para a Carol e uma inspiração para os outros na comunidade xamânica, com a sua participação em workshops xamânicos e cursos. E criou, ele próprio, um grupo de homens. Também era um excelente tocador de flauta.

Tudo o que recordamos do Bob era a sua generosidade para inspirar os outros e ajudá-los a pôr o seu trabalho cá fora. E claro que o Bob adorava ajudar os outros a aprenderem a tocar a flauta dos índios norte-americanos. Ele tinha a sua própria página de ensino em www.shamanicvisions.com. Era um homem muito humilde, que não falava abertamente dos seus talentos. Não sei se ele alguma vez soube quantas pessoas ajudou e inspirou. Era amado por muitos. E eu sinto-me orgulhosa de dizer que o Bob era um amigo.

Peço-vos a todos para dedicarmos um momento a honrar Bob Edgar por me ter ajudado a dar vida à Notícias de Transmutação e por ter sido uma presença tão amorosa e brilhante nesta grande Terra.

Por favor, enviem orações para a vida do Bob e para a sua transição a 4 de junho, quando será inaugurado um memorial em sua honra feito pela Universidade de Califórnia, Santa Cruz, com o apoio da Carol. Já houve bonitas cerimónias xamânicas realizadas em sua homenagem, em Santa Cruz.

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