Transmutation News Julho de 2013
Como um coletivo, juntamos os nossos corações para irradiar amor e luz para toda a vida no mundo que tem sido atingida por cheias, secas, incêndios e fortes tempestades.
Voltamos a dedicar-nos a viver uma vida harmoniosa que a Terra irá projetar de novo para nós.
Acabei de regressar da Europa, onde estive a facilitar cursos. Tive algumas experiências profundas, já que os meus grupos estavam cheios de pessoas encantadoras e muito dedicadas ao trabalho. Também foi um prazer regressar à Europa. Tive cursos na Alemanha e na Escócia, e foi uma fantástica altura do ano para visitar ambos os países.
Na Escócia facilitei “Medicina para a Terra” e “Cura Através da Luz Espiritual”. Pessoalmente, pratico todos os dias as técnicas que ensino nos cursos. Mas, à medida que ia ensinando, foi possível refletir quais as práticas que preciso de aprofundar mais na minha vida.
A prática na qual percebi que preciso de me focar mais tem a ver com o que projetamos nos outros e no mundo e a forma como o fazemos. O exemplo que dou nos meus workshops aconteceu-me há muitos anos.
Cheguei a um workshop para continuar uma formação de longo termo, por isso já conhecia bem as pessoas no meu grupo. No primeiro dia apareceu-me uma mulher que me perguntou se eu estava bem. Disse-me que nunca me tinha visto tão cansada. Na realidade não me estava a sentir cansada, mas senti a minha energia a baixar drasticamente quando ela fez este comentário. Uns minutos depois, alguém se chegou a mim e disse-me que nunca me tinha visto tão revigorada. Senti imediatamente a minha energia a mudar e consegui sentir a luz a fluir em mim.
Este exemplo remete-nos para o ensinamento de “Medicina para a Terra” de que a nossa perceção cria a nossa realidade. Como seres humanos, todos nós projetamos. Podemos projetar o sofrimento nos outros e no mundo ou podemos ver o brilho e a luz divina em tudo o que está vivo.
O que alimentamos acaba por crescer. Quanto mais nutrirmos as nossas projeções de percecionar sofrimento, mais essa energia aumenta. Quanto mais nutrirmos as nossas projeções de percecionar a beleza e o que funciona, alimentamos a energia da força e da beleza.
Isto não significa que devemos recusar os desafios. Mas quando levantamos os véus entre os mundos e olhamos para o que existe além da condição humana, o que vemos é beleza, alegria, amor e saúde.
Precisamos mesmo de refletir como as nossas mudanças de perceção são uma peça importante para criar o mundo no qual desejamos viver. Quanto mais alimentamos as energias do que não funciona, mais manifestamos problemas. Se nos conseguirmos focar na beleza, mais a vida nos parece positiva. Percebi o quão difícil isto pode ser porque os tempos em que vivemos são muito intensos e cheios de muita mudança. Mas, ao mesmo tempo, esta é uma prática importante de manter.
Isto tem a ver com energia e que tipo de energia escolhemos alimentar. E há algumas mudanças práticas que podemos fazer na nossa vida diária que nos podem ajudar a mudar a nossa perceção, que por sua vez muda a realidade que se manifesta.
Quando olha para amigos, entes queridos e famosos que aparecem na comunicação social, repare se está concentrado no sofrimento dessas pessoas. Podemos ter compaixão para com o que as pessoas estão a passar. Mas ter pena das pessoas e concentrarmo-nos no sofrimento delas cria uma energia pesada para aqueles a que a estamos a projetar.
Enquanto conversa com alguém, concentre-se em algo que alimente a energia da beleza e luz divina dessas pessoas. Quando vir notícias na televisão ou ler jornais, foque-se na coragem, beleza, força e luz divina de grupos de pessoas sobre os quais a notícia fala.
Isto muda a energia. Muda a sua perceção de forma a sentir-se positivo e num nível energético que eleva a energia de tudo o que está à sua volta.
Quando olha para si ao espelho não se foque em como parece cansado ou como está mais velho. Foque-se na sua beleza e na luz que irradia dos seus olhos.
Repare como se sente diferente quando faz isto. Repare, também, como a energia de outra pessoa pode mudar ao focar-se silenciosamente na sua beleza, força e luz divina. Vai notar uma real mudança energética quando fizer isto.
Precisamos de aprender a projetar o melhor na vida. Agora mesmo, como um coletivo, estamos a projetar sofrimento e desafios para toda a vida e para o planeta em si. Precisamos de mudar isto em nós se queremos testemunhar uma mudança nas energias necessárias para criar a cura verdadeira.
Há outro aspeto que pode ajudar a aprender como projetar o melhor nos outros e no mundo. Tenho escrito bastante sobre criar um jardim interior rico e fértil. Precisamos de nutrir uma paisagem interior fértil e rica.
A luz e alegria que irradia dos olhos dos indígenas vem da riqueza e profundidade da paisagem interior que desenvolveram.
Se a nossa paisagem interior é estéril, então quando olhamos para os outros e para o mundo à nossa volta vemos o mundo exterior também estéril. Se nos sentimos vazios, o mundo à nossa volta também vai parecê-lo.
Em 2011 escrevi um artigo para o Huffington Post intitulado “Como Criar um Jardim Interior Fértil”. Pode ler o artigo aqui.
Aqui está outra prática com a qual pode trabalhar para continuar a criar uma paisagem e um jardim interior férteis.
Depois da minha formação na Escócia fui com o meu marido Woods passar uns dias de férias com o organizador da minha viagem e a sua família. Stephen, que patrocinou o meu workshop, é um estudante de há muito tempo e tornou-se um bom amigo.
Eu e o meu marido temos passado tempos maravilhosos com o Stephen nos últimos 10 anos e foi uma alegria podermos estar alguns dias juntos depois da formação.
O Stephen gosta muito do Woods e passam o tempo todo a rir e a fazer brincadeiras, por isso decidiu homenageá-lo e empossá-lo no seu clã familiar.
Então, numa dessas noites, fez uma cerimónia para o Woods. Eu e a mulher do Stephen também estávamos presentes. Eu e o meu marido estávamos tão tocados pelas palavras do Stephen e pela cerimónia que ele criou.
No final da cerimónia, demos as mãos e partilhámos palavras que vinham do nosso coração. Quando foi a minha vez, dei por mim a falar sobre a minha família. A minha ascendência era tribal e eu senti que a tribo da minha família estava a enviar amor ao Stephen.
Houve um enraizamento profundo que senti dentro de mim. Naquele momento, senti a minha paisagem interior muito fértil e profunda. Não consigo nem encontrar palavras para descrever o sentimento. E, realmente, não me lembro de alguma vez ter sentido profunda terra fértil a preencher cada célula do meu ser.
Assim, muitos de nós se preocupam hoje por aquilo que não receberam e aproveitaram dos seus antepassados. Mas o facto de estarmos vivos mostra que carregamos connosco uma grande riqueza e dádivas dos nossos antepassados.
Nos meus livros e workshops tenho pessoas que viajam xamanicamente para se conectarem com as dádivas e forças que carregam da linhagem da mãe e do pai.
Mas eu nunca pedi às pessoas para viajarem ou experimentarem a pura energia que carregam da sua linha ancestral. Acredito que fazer isto nos leve a todo um novo nível de estarmos completos e enraizados nesta incrível Terra.
Pode querer passar algum tempo em silêncio, ficar quieto e tentar sentir a energia da linhagem da sua mãe e do seu pai. Não importa quem foram os seus antepassados, nem o que fizeram ou deixaram de fazer. Fizeram parte da Terra e passaram-lhe uma riqueza de nela viver. E experimentar isso vai ajudá-lo a sentir um profundo poder a crescer no solo da sua paisagem interior.
Quanto mais conseguir trabalhar a nutrir e a aprofundar a sua paisagem interior, mais fácil será projetar amor, luz, beleza e gratidão para o mundo. Porque ao sentir-se estéril e vazio dentro, não pode projetar a beleza nos outros. Primeiro, tem de sentir, experienciar e transportar a beleza a partir de dentro.
A lua cheia é a 22 de julho. Vamos viajar dentro de nós e conectarmo-nos a partir de um lugar de profundidade e beleza para experimentar a nossa própria plenitude, brilho e luz divina. Sinta-se parte de uma comunidade global que irradia amor e que o projeta a partir de dentro e para toda a Terra. Permita que o nosso brilho coletivo alimente e teça uma teia humana de luz a partir de dentro e para todo o nosso incrível planeta.
Se está a ler pela primeira vez esta newsletter, por favor visite “Creating a Human Web of Light” na página principal do site e leia as instruções de participação nas cerimónias da lua cheia.
Tive um sonho há uns dias. Sonhei que falava com uma mulher a quem tinha sido diagnosticada uma doença terminal. Ela pedia-me aconselhamento. Eu disse-lhe que o maior conselho que lhe podia dar era que não perdesse a esperança.
Porque quando se perde a esperança, qual é o interesse em continuar? Ela concordou comigo, agradeceu-me e o meu sonho terminou.
É muito importante mantermos a esperança, sobretudo nesta fase em que enfrentamos tantas mudanças. É a chave que nos ajuda a atravessar os tempos difíceis.
Se costuma utilizar as práticas que escrevo nesta newsletter, vai acabar por sentir mais força, poder e, ainda mais importante, esperança.
Quando ensinei as técnicas de “Medicina para a Terra” como parte do estudo cardíaco com a Escola de Medicina de Michigan, percebemos que o grupo manteve a esperança por um longo período de tempo. A esperança é a chave para a criação e manutenção de um estado de saúde e de bem-estar.