Transmutation News Abril de 2013
No decorrer de uma estimulante conversa com outro terapeuta xamânico, surgiu um tema de conversa que quero partilhar convosco. Penso ser um aspeto importante a acrescentar ao que tenho escrito sobre iniciações.
Nos meus workshops e livros falo sobre um tema delicado que pode surgir enquanto trabalhamos com um paciente, um amigo ou um familiar a quem tenha sido diagnosticada uma doença grave.
Por vezes, um paciente ou um familiar pode pedir a quem faz viagens xamânicas para consultar um espírito auxiliar com o objetivo de saber se vai ou não sobreviver.
A questão que se coloca é que se alguém recebeu o diagnóstico de uma doença grave e acaba por se curar, essa pessoa teve de morrer a um determinado nível para alcançar a cura. Porque esse tipo de cura envolve uma certa dose de morte para o que não apoia uma vida saudável.
Se faz uma viagem xamânica para perguntar a um espírito auxiliar se um paciente, um amigo ou um familiar irá morrer, a resposta será “sim”. Para o nosso espírito é eterno.
Nas minhas práticas, algumas vezes os pacientes dizem que o médico lhes deu um diagnóstico de doença terminal. É-me muitas vezes pedido que faça uma viagem xamânica para saber se vai viver ou morrer.
Nestes casos, a minha resposta é que irei fazer o tratamento necessário para que se sinta inteiro, completo. Faço um resgate de alma como parte do tratamento para fazer regressar para a pessoa algumas partes de alma perdidas. Fazendo isto, a alma está agora presente para ajudar a orientação nos próximos passos do processo. Só a nossa alma sabe qual é o próximo passo. Para algumas pessoas, o próximo passo é a morte física e para outras é continuar nesta vida.
A vida é uma série de iniciações em que morremos para alguns dos seus aspetos para que a nossa própria luz interior, a nossa natureza divina, possa brilhar através de nós.
Continuando a trazer partes perdidas de nós, vivemos de uma forma mais consciente. E quando chega a nossa hora morremos conscientemente. A chave é estar totalmente presente para que possamos elevar a nossa atenção plena às bênçãos que a vida nos traz, para que possamos morrer para o velho e renascer para novos níveis de consciência.
Os terapeutas que trabalham com pessoas que estão em estágios finais de vida, muitas vezes notam como uma pessoa fica luminosa quando enfrenta a morte. Tenho visto isto repetidas vezes com as pessoas que conheço. A luz que irradia através do corpo que sucumbe é linda e incrível.
E também verifico que as pessoas têm essa mesma luz brilhante quando passam por iniciações na vida que criam uma experiência de morte, em que muito do velho é deixado para trás. A morte leva ao nascimento de algo novo. As pessoas que passam por algum tipo de desmembramento de vida sentem-se renovadas e regeneradas. Todos conhecemos a luz de uma mulher grávida. Quando estamos a dar à luz um aspeto de nós próprios mais profundo e consciente, também resplandecemos.
O processo de morrer e o processo de nascimento trazem-nos para um nível mais profundo do espírito através do qual o divino brilha.
No ano passado escrevi sobre como um coração partido leva a que os nossos corações se expandam para que nos tornemos vasos maiores de amor incondicional. Já escrevi sobre como o amor incondicional está para além do amor pessoal. É amor que não tem ligações a pessoas ou circunstâncias de vida. É o puro amor do criador e é um reflexo do amor que entrou na nossa criação e na criação do mundo.
Eu também já comecei a experienciar no meu Mundo Interior a qualidade incondicional da alegria.
Continuo a escrever e a ensinar como a verdadeira alegria, saúde, riqueza e paz se encontram dentro de nós. E que a chave para a nossa prática espiritual é cultivar o nosso jardim interior de forma a criar um rico Mundo Interior.
Escrevo e ensino o que eu própria preciso de aprender. E a minha vida está realmente dedicada a praticar o que partilho nos meus ensinamentos. Tenho sido desafiada ao longo da minha vida, à medida que tenho procurado esse real sentido de alegria interior.
E o que tenho vindo a perceber é que o meu bloqueio para sentir essa alegria interior está em condicioná-la por fatores exteriores. Mas, numa perspectiva espiritual, a alegria é incondicional. A alegria está para além de qualquer desejo pessoal. A alegria incondicional é simplesmente a alegria pela própria vida. Nascemos neste mundo material para experimentar totalmente a alegria da vida. E quando podemos tocar no nosso desejo original de experimentar a alegria da vida além das condições, experimentamos a alegria incondicional, tal como o amor incondicional. Isso também é válido para a definição espiritual de riqueza e paz. Estas qualidades que abraçamos no nosso mundo interior nada têm a ver com as nossas condições externas.
A Lua Cheia é a 25 de Abril. Vamos viajar dentro de nós e experienciar o amor incondicional por toda a vida, bem como a alegria incondicional pelo dom de estar vivo. A partir deste potente local de luz divina, amor e alegria, vamos continuar a tecer uma brilhante teia humana de luz dentro e por todo o nosso planeta terra.
Vamos continuar o nosso trabalho de transfiguração para cada um de nós no nosso círculo global.
Aqueles que estão a ler primeira vez a Transmutation News podem ler as instruções sobre a cerimónia da Lua Cheia em “Creating A Human Web of Light”, na página principal do site.