Transmutation News Abril de 2012

A intenção é um dos princípios chave sobre os quais tenho escrito em Transmutation News desde 1998. Este mês, gostaria que aprofundássemos esta questão da intenção.

Vivo em Santa Fé, Novo México. À medida que entramos na Primavera, os ventos sopram mais fortes. Um tempo típico no Novo México, já que a Primavera é a nossa estação mais ventosa. E à medida que o tempo muda por todo o mundo, a nossa estação ventosa fica cada vez mais severa.

A metáfora que uso é que os ventos de mudança sopram cada vez mais fortes. E, ao mesmo tempo que reflito sobre isto, entendo a necessidade de construir alicerces internos e um núcleo interno também eles fortes.

Tenho escrito sobre a intenção e a necessidade de usar a imaginação para nos focarmos nas palavras que usamos, nos nossos pensamentos, nas nossas atitudes, e mantermos uma visão positiva do mundo.

Esta prática, além de ser importante, é a chave para se ser bem sucedido em tempos de mudança e para sermos os sonhadores de um novo mundo, à medida que o velho paradigma se dissolve. O velho paradigma atingiu um ponto em que não se consegue aguentar mais e já não serve para apoiar a vida.

Mas, ao focarmo-nos no nosso estado mental, podemos sentir um peso em cima de nós. E as formas de vida que são muito pesadas não sobrevivem aos ventos de mudança. Árvores, plantas, edifícios que são demasiado pesados, caem com ventos fortes.

Temos de equilibrar a nossa prática, de forma a criarmos um forte núcleo interior que sustente as mudanças que se adivinham. Os ventos de mudança sopram em todo o planeta e têm efeitos em toda a vida.

Precisamos de entender que a intenção, o foco, não é apenas um conceito mental. À medida que entramos mais no princípio feminino da vida, o foco é uma experiência de corpo inteiro.

Imaginemos uma mulher a dar à luz. Uma mulher não pensa apenas em dar à luz um bebé. Todo o seu corpo se envolve neste processo. Uma árvore ou planta não carrega apenas a intenção de crescer de uma semente. Há todo um processo de gestação, nutrição e desabrochar das profundezas da terra para o mundo do sol.

É altura de explorarmos a forma como o nosso próprio processo criativo é mais profundo que um estado mental. Criatividade e foco, intenção, devem ser uma experiência de corpo inteiro para criar uma nova vida que seja equilibrada.

Temos de nos concentrar em mover a nossa energia interior. Tenho-vos vindo a encorajar, há anos, para usarem a metáfora de cultivar um rico e profundo jardim interior. Para os que são novos a ler a Transmutation News, podem consultar os arquivos. Também podem ler o meu artigo de Setembro de 2011 no Huffington Post. O link é:
http://www.huffingtonpost.com/sandra-ingerman/inner-garden_b_942092.html

Este mês, use a sua imaginação para sentir o que é uma experiência de corpo inteiro. Tire algum tempo para meditar ou fazer uma viagem xamânica, em que possa fortalecer o seu núcleo interno. Vai dar-lhe a força necessária para se aguentar com firmeza perante tanta morte, mudança e transição.

Imagine com o seu corpo, não apenas com a mente. Envolva a sua consciência corporal.

Reflita nos alicerces que tem construído. Não consegue fortalecer o seu núcleo interno sem alicerces fortes. Os seus alicerces são os seus pensamentos, atitudes, memórias e visões.

Continue a fortalecer as suas atitudes e visões positivas. Foque-se nas boas memórias e liberte-se das velhas histórias que precisam de morrer. Use a sua imaginação para se focar no que quer experienciar na vida, em vez de usar a imaginação para se concentrar em cenários trágicos.

E, com esses alicerces, permita à energia mover-se através de todo o seu corpo, de forma a sentir raízes fortes a entrarem na terra e um núcleo forte e saudável. Esses ramos fortes e saudáveis crescerão na direção do sol e vão aumentar a sua capacidade de receber e absorver a luz da vida.

Ande na Natureza. A Natureza já está sintonizada com as mudanças que hão-de vir. As alterações climáticas surpreendem os seres humanos. Mesmo com os melhores esforços dos cientistas, continuamos a ser surpreendidos pela quantidade de mudanças nos padrões climáticos.

Mas a Natureza não está surpreendida. A Natureza não precisa de ser informada pelos cientistas do que aí vem. Todos os seres vivos têm uma capacidade interna para sentir o que aí vem. Temos visto como, ao longo dos tempos, os animais sabem quando vêm terramotos, maremotos, tornados, etc. Os animais, no geral, e os pássaros, em particular, têm o seu próprio radar interno e sabem quando devem migrar e sair de uma determinada área.

Também somos Natureza, por isso temos os nossos próprios sensores internos. Mas alguns de nós deixaram de sintonizar a frequência interna que nos informa. Continuamos a permitir que sejam os outros a informar-nos ou racionalizamos demasiado, o que cria uma perda de comunicação com o nosso conhecimento interno.

Continue a praticar a gratidão. Viver a vida de um lugar de profunda apreciação é uma maneira poderosa de construir um núcleo forte e resiliente.

Por isso repito: estar focado é uma experiência de corpo inteiro. Este mês dedique-se a sentir isto. Afaste-se de tentar perceber mentalmente. Este mês saia do seu corpo e crie um núcleo interno forte, confiando nos seus sentidos internos, e não dependa demasiado da informação que recebe do mundo exterior. Mova-se a partir de dentro.

Há vários anos fiquei fascinada com as múltiplas realidades paralelas. Nos meus workshop fui tendo pessoas que viajavam para diferentes realidades, onde viviam diferentes vidas, criadas a partir das diferentes escolhas que faziam. Na teoria das múltiplas realidades, cada vez que ponderamos as diferentes escolhas que podemos fazer, acabamos por viver cada opção numa realidade diferente.

Recentemente, comecei a refletir sobre como, na verdade, podemos ver as nossas energias coletivas manifestarem diferentes realidades aqui e agora, neste Universo.

Há muitas pessoas no mundo que acreditam que só os seres humanos são inteligentes e têm consciência. Estas pessoas vivem numa dimensão e frequência em que a Natureza é composta de coisas que não têm espírito e que não precisam de ser tratadas com honra e respeito. A Natureza apenas existe.

Alguns de nós acreditam que tudo o que existe está vivo, tem um espírito e está conectado com uma teia de vida. Neste sentido, conseguimos sentir a força viva da Natureza e sentirmo-nos conectados com ela.

Depois, há pessoas que vivem com a consciência que não só a Natureza é viva e tem um espírito, como comunica, observando-nos e interagindo connosco. Com este entendimento, acabamos por entrar numa outra realidade de vida.

Também podemos entrar numa nova dimensão à medida que reconhecemos o divino na Natureza e a Natureza reconhece o divino em nós. É uma dimensão adorável para se entrar.

Estes são exemplos de perceções sem fim que todos temos sobre a vida. E de como qualquer sensibilidade pode aceder à sensação de viver a partir de diferentes níveis de consciência, que criam diferentes realidades no nosso mundo.

Desde que escrevo a Transmutation News, tenho partilhado a importância de sonhar o mundo em que quer viver e torná-lo realidade. Temos usado todos os nossos sentidos para ver, ouvir, sentir, cheirar e saborear o mundo em que desejamos viver.

Para uma pequena revisão dos princípios básicos, pode ler o meu artigo “Como criar uma nova visão para o Planeta” em Huffington Post:
http://www.huffingtonpost.com/sandra-ingerman/world-vision_b_914986.html

Penso que todos os que leem a Transmutation News querem acreditar que é possível entrar numa nova dimensão da realidade onde podemos viver uma vida de alegria, harmonia, abundância, paz, boa saúde, etc.

E, devido ao transe coletivo em que nos encontramos, até podemos vislumbrar as realidades em que queremos viver, mas, ao mesmo tempo, sentimos que não temos realmente o poder de mudar o mundo em que vivemos.

Se não ousarmos aceder ao nosso poder e compromisso e, em vez disso, nos mantivermos focados em cair na desilusão, desespero e desistência, então não estamos a entrar completamente no mundo que queremos criar. Continuamos a viver entre o velho e o novo.

Temos de aprender a mudar a história que vivemos. As nossas histórias formatam e criam a realidade definitiva em que vivemos.

Devemos fazer uma escolha de estarmos no mesmo caminho do transe coletivo, tentando apenas sobreviver, ou fazer o melhor da vida e atravessar os véus do desconhecido para uma nova dimensão da realidade que existe, mas que espera que participemos nela.

A escolha é sua. Volte a focar-se em experimentar, na prática diária, a sua nova vida com todos os sentidos. Comprometa-se com a sua história. Continue a enriquecer a sua história trazendo novos detalhes e informações sensitivas mais fortes. Junte personagens à sua história e alargue o número de espectadores. Torne essa experiência real. Viva a partir daí, não seja um mero observador. A única maneira de tornar essa experiência real e entrar numa nova dimensão é viver a partir desse ponto.

Somos seres luminosos e continuamos a criar forma e matéria com as nossas histórias. Mude a sua história e mude a sua vida. Mude completamente a sua consciência e mude a realidade em que vive.

No planeta Terra as pessoas estão a viver em diferentes realidades. Em qual delas quer habitar?

A Lua Cheia é a 6 de Abril. Este mês, foque-se nos sentimentos do corpo, na sensação interna de transfiguração. Seja um farol de luz. Não se visualize apenas a alimentar a teia de luz que nos conecta a todos. Seja essa luz. Este mês, vamos todos fazer o trabalho de transfiguração como se fosse uma experiência completa do corpo.

Se é um novo leitor de Transmutation News, por favor leia “Criando uma Teia Humana de Luz” na página principal.

Vamos unir totalmente os nossos corações para que sejam um vaso do amor universal, banhando toda a vida com amor.

Ao continuarmos a tecer uma poderosa teia de luz e amor, criamos um laço forte e estamos preparados para continuar juntos o nosso trabalho de estar ao serviço seja de que crise for que aconteça no planeta.


Copyrights. Sandra Ingerman 2012

Translation: Sofia Frazoa

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